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Ser mãe - Dedicação exclusiva - Geral

Ser mãe - Dedicação exclusiva - Geral

Mãe e filho
Um dilema que antes não existia. Antes, há muito tempo mesmo.

As mulheres possuem cérebro com anatomia e funcionamento diferentes dos homens, segundo a ciência e conforme mencionado no livro "Por que os homens fazem sexo e as mulheres fazem amor?" de Allan e Barbara Pease.

A natureza humana é muito clara desde as cavernas, mas nossa inteligência só foi capaz de evoluir nas conquistas sem perceber o preço delas.

Uma moeda que se tornou cara demais. Querer que homens sejam como mulheres e mulheres sejam como homens vem trazendo efeitos na sociedade como uma cobra sorrateira.

Homens e mulheres iguais: essa foi e é a bandeira que por fim acho que vive a meio mastro representando a realidade das fêmeas.

Veja bem, não digo que evolução não deva existir. Só tenho avaliado profunda e pessoalmente minhas próprias queixas como mulher e as respostas que venho encontrando é que era pra ser tudo muito simples, mas escolhemos complicar. Evoluir complica.

Chego então à questão do título: dedicação exclusiva na maternidade

Preste atenção nesse assunto! Uma questão simples transformada em um inferno para a maioria das mulheres.

Lutar contra a natureza

Uma grande luta contra a natureza feminina se estabelece quando uma mãe está com seu recém-nascido nos braços e precisa decidir por deixá-lo. Talvez essa luta comece ainda com a gravidez em curso. Deixá-lo para trabalhar.

A essência grita para permanecer cuidando do filho durante a primeira infância, mas o dinheiro que ganha no trabalho, fará falta. Ao deixar o emprego, sentirá em dívida como mulher perante marido, pais, irmãos e todo o resto. Questionará sua capacidade de supermulher, que consegue fazer tudo, absolutamente tudo. 

A essência grita mas já não pode contar tanto com o empenho do pai da criança no que tange o sustento da casa daquela forma completa, sem cobranças ao longo do tempo ou sem que seja penalizada com até maus tratos psicológicos ou privações financeiras. 

A natureza chama mas a mente já não consegue aceitar ou se imaginar por conta dessa dedicação exclusiva, como se fosse um desperdício. Já não consegue ver o valor disso na totalidade. Vê rapidamente, deseja rapidamente e descarta por vezes rapidamente a possibilidade dessa decisão.

E só por sentir ou pensar tudo isso, sente mal-estar. Começa a se cobrar de novo. E não tem culpa por essa confusão. Nossa evolução nos trouxe até aqui. Nosso cérebro ainda tem a formatação para cuidar, mas as reprogramações ao longo do tempo vêm registrando controvérsias fortes, difíceis de ignorar.

E a roda vai girando

É tão forte isso. E a coisa segue. Quanto menos tempo de dedicação, menos paciência, menos quer dedicar, mais quer terceirizar o tempo do filho.

A grande questão pra mim é essa: devíamos tomar a decisão de não dedicar exclusivamente e ficarmos bem com isso. E as crianças ficarem bem com isso também.

Mas você percebe isso como real? É isso que acontece hoje?

Claramente em massa, não.

Mulheres surtando para trabalhar, cuidar da beleza, da casa, do marido, da familia e lá no meio ou no final, do filho. Mulheres estressadas porque seus homens não valorizam ou não ajudam mais com tudo isso. 

Homens com seus cérebros atordoados que muitas vezes nem percebem nada, porque infelizmente eles são programados para distribuir seus genes e caçar (ou trabalhar hoje em dia), mas já não é suficiente para as mulheres que não dão conta de suas escolhas.

Crianças que sem a mente descansada da mãe, não recebem tolerância, atenção e paciência que tanto precisam por serem crianças. Crianças que já não reconhecem o superior valor de pessoas perto de coisas. Crianças que mal cumprimentam ou relacionam com pessoas. Aquela boa educação de ser gentil, cortês e criar laços. Elas já não aprendem, porque ninguém tem tempo ou disposição pra ensinar.

O mundo está doente por suas próprias escolhas de evolução. E nem abordei pela criação divina, que na verdade casa com a ciência em tudo isso.

Repito. O mundo tinha que evoluir. Precisávamos pisar na lua. Precisávamos ter direito ao voto e tanto mais. Mas é inegável que a natureza humana de homem e mulher vem sendo reprogramada a duras penas.

Só perceber e questionar um pouquinho sobre isso vem trazendo leveza pra mim. Quem sabe vale pra você também?

Voltar às origens pode fazer desacelerar, respirar, criar gentileza consigo e com o outro. Uma tolerância necessária começa a aparecer.

Depois conto sobre a minha decisão de dedicação exclusiva aqui.

Até mais! Sou toda ouvidos.

Ludmila Barros - 🔗@ludmilapb

Comentários

Karla Pacheco disse…
Excelente reflexão prima. Precisamos resgatar nossa essência, mas vivemos em uma sociedade q nos cobra muito e acabamos q nos cobramos demais tbm.
Ludmila Barros disse…
É verdade prima! Está tudo em desordem! Relações sem rumo... Obrigada por estar aqui! :)

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