Sessão de Terapia 4
Essa sessão foi adiada por uma semana por compromissos que tomaram conta do final de semana. Foi o suficiente para sentir falta desse momento de descarrego. Porque é essa a sensação que tenho, de aliviar coisas acumuladas, de me livrar magicamente de ombros pesados só por falar sobre elas.
Por fim então foram duas semanas até essa conversa. Semanas mais amenas do que os últimos anos. Desde nosso primeiro encontro foi nítida a mudança de digamos, energia no dia a dia. Comentei hoje sobre isso: o quanto vem me impressionando o poder da fala.
Tem sido uma experiência nova, o que faz concluir que não falo muito, pelo menos sobre minhas emoções.
O cérebro ouve
Ouvi a explicação que quando falamos, o cérebro entende que aquela questão está sendo resolvida. Olha que legal! Ele, o cérebro, não precisa saber o que está sendo dito como solução, mas basta para ele saber que o assunto está sendo mencionado ou tratado.
Ouvir a si mesmo faz isso. Sensacional! Estou muito feliz por perceber como solução parcial algo relativamente simples: falar.
Solução parcial porque realmente percebo melhoras em meu comportamento ao mesmo tempo que sei o grande percurso a caminhar. Uma vida não cabe em quatro horas (acumuladas) de conversa, embora sejam essas intensas.
As objetivas palavras que escuto em resposta são sempre afiadas e sabem onde ir. Recebo cada sílaba com coração aberto e mente sedenta de reflexões libertadoras ou que façam caminhar para isso. E tem sido tão bom!
Hoje me dei de presente um café da tarde delicioso em cafeteria maravilhosa, antes da nossa sessão. Conectamos então pelo estacionamento de lá mesmo.
Embora as semanas tenham sido mais leves, não significa que não teria uma conversa sem emoções.
A sintonia que existe entre questões diversas chega a ser assustadora e encantadora. À medida que pensamentos discorrem em palavras, um fio condutor vai ficando cada vez mais nítido, ligando pontos.
Ver que esse fio conectou dois pontos erroneamente, pode ser libertador! Às vezes formamos conexões por ter ouvido frases e visto comportamentos. Passamos então uma vida com conclusões limitantes. Uma prisão se forma.
Fiz um passeio hoje pelas repercussões desastrosas pela falta de sono ao longo dos últimos dez anos, indo pela dificuldade em lidar com seguidas frustrações. Frustrações essas geradas por grandes expectativas criadas seguidamente sobre situações e desejos que por fim estavam infundados em minha frente.
Sou um monstro
Também fui lá onde tinha esquecido que a parte feia do humano existe e quase nunca é exposta, e então percebi que meu monstro (que aparece em momentos diversos) não é único. Enfim, uma grande teia onde eu mesma sou a presa. Será que você tem uma teia também?
Apegos vão sendo construídos. Apegos à crenças, interpretações, desígnios e tanto mais. Vão então moldando atitudes, norteando comportamentos como se existisse apenas aquela certeza ou aquela forma de lidar com as situações que aparecem pela vida afora.
A grande e inconstante caixa surpresa da existência não tolera grandes certezas. Tudo é volátil demais, a partir pelo humano. Ser rígida então sobre algumas crenças vinha me causando frustrações ao não realizar como achava que deveria ser.
Moral da vez: Cuidado com o nível de importância aplicada a algo que pode não merecer tamanha atenção ou que talvez nem seja real. A frustração virá a partir de expectativas sobre esse algo. Posso então quebrar esse ciclo. Dever de casa: exercício diário de "atenção plena", que será focar por em torno de cinco minutos em alguma atividade, qualquer que seja, desde que o foco esteja em cada etapa pela percepção total de cada movimento, por exemplo ao lavar a louça. Sentir texturas, cheiros, pesos nas mãos... Estar com o mental inteiramente ali. Objetivo: resgatar estado de neutralidade sobre várias questões/emoções.
Farei com prazer! E já sei que tudo dito hoje está fluindo para o bem. Até a próxima.
Ludmila Barros 🔗@ludmilapb
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