Você se
foi, pai. E mais do que antes, te vejo em tudo.
Já me fazia bem perceber de onde vim. Olhar pra mim e ver você.
Agora mais ainda.
Você está
na importância do amor simples, silencioso. Sem dizer eu te amo.
Porque o
seu amor era assim.
Amou ao me
mostrar a beleza da natureza, nas pescarias, rios e cachoeiras.
Amou ao me
mostrar o cuidado com os animais, rindo de gargalhar dos bichinhos. E até
chorando, emocionado só de vê-los brincando.
Amou ao me
dizer sem dizer.
Amou ao ser
reto, honesto, sincero e trabalhador.
Amou ao
dançar e darçarmos, sem vergonha.
Amou ao
respeitar o próximo. De tantas formas.
Amou ao
amar minha mãe, sua querida, sua filha. Era assim que se chamavam: filho e
filha. Um amor raro, quando não há margem para romper.
Amou quando
me mostrou o esposo completamente dedicado que foi. Apaixonado. Mãos sempre
dadas, ela era sua.
Amou ao não
fazer questão de nada, a não ser de ser generoso.
Amou ao
nunca reclamar, sempre ter uma piada nova contada do seu jeito único. Do jeito
que eu gostava. Demorado.
Amou ao
gostar da farra, dos prazeres da cozinha, do café. Como eu amava fazer nosso
cafezinho após o almoço.
Você ficou
em tudo. Sinto em mim seus gestos, o gosto por detalhes e manuais de
instruções.
Sinto seu
amor. E quando a gente sente, basta.
Ludmila Barros - 🔗@ludmilapb
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